terça-feira, abril 20, 2004

Só para que fique claro, em relação ao meu último «post»:

- quando escrevi o que escrevi sobre o Bruno Paixão e respectiva actuação no recente Boavista-Sporting, não estava a fazê-lo com intenção de alimentar discussões sobre o «sistema» ou com o intuito de encontrar inúteis subterfúgios para justificar a perda de pontos do Sporting no Bessa;

- muito menos era minha intenção estar a «voltar-me para os lados da Luz» no rol de críticas que teci. Aliás, tanto não era minha intenção que creio não ter feito qualquer comparação com o Benfica. Tal como não fiz com o FC Porto;

- Não costumo entrar, porque não é minha política, nos complexos meandros das contabilidades clubísticas feitas à luz dos erros de arbitragem. Os árbitros erram em quase todos os jogos e, geralmente, em grande percentagem fazem-no a favor dos «grandes». Há anos em que um clube pode ser ligeiramente mais beneficiado que outro, mas creio que, ultrapassados os famosos anos 80 do FCP – em que se fazia tudo à descarada –, actualmente só em casos pontuais se poderá dizer que este ou aquele erro de arbitragem teve influência decisiva no título;

- Assim sendo, espero que fique claro que não era meu objectivo vir para aqui esgrimir argumentos sobre esses factores ou atirar pedras para os telhados de vidro que todos têm. Limitei-me a constatar uma situação do mais medonho com que me deparei nos últimos anos, sem o fazer à luz da luta pela liderança ou pelo 2.º ou 3.º lugar;

- porreiro para o FC Porto se conseguiu, após a injusta expulsão de Deco, também no Bessa, gerir a vantagem (1-0) que tinha até final. O Sporting não o conseguiu e perdeu por 2-1 nos últimos minutos. Isso em nada altera o facto de a actuação de Bruno Paixão ter sido vergonhosa, com clara influência no resultado final, prejudicando uma equipa que, até ao lance em causa, dominava claramente o jogo ante um adversário que não encontrava forma – sequer – de incomodar o Ricardo, quanto mais de marcar-lhe golos;

- o que me leva a reiterar a conclusão: o Sporting foi claramente prejudicado e, pior de tudo, prejudicado de forma alarve, prepotente, quase com requintes de malvadez, por um árbitro para o qual, perdoem-me a incapacidade para vê-lo de outra forma, só consigo olhar com desconfiança, por me parecer sempre que erra com intenções e propósitos bem definidos à partida. Isso é que eu acho escandaloso... porque toda a gente vê que ele não tem condições para exercer a função que exerce mas os responsáveis pelo sector teimam em continuar a gozar com os adeptos;

- E nem de propósito... o Valentim Loureiro acaba de ser detido pela PJ para ser ouvido no âmbito de um processo de tráfico de influências no sector da arbitragem. Segundo consta, a «operação Apito Dourado» terá apenas a ver com a II Divisão B, nomeadamente com a equipa do Gondomar. É pena que continue a pairar esta sensação da falta de coragem das autoridades para levar a coisa mais fundo. Ou também querem que acredite que se o Valentim alguma vez ‘trafulhou’ no futebol só o fez pelo Gondomar?!?!