sexta-feira, fevereiro 20, 2004

O inigualável Daniel Reis e a falta de paciência para aturá-lo...

Aceite o convite para me instalar nesta Bancada, decidi que era melhor apresentar-me de imediato perante vós como «lagarto» que sou. Assim ficam já dissipadas as dúvidas sobre eventuais comentários menos isentos que possa vir a fazer no futuro.

E para dar o pontapé de saída nesta nova aventura, optei por iniciar a minha participação com um despejo de bílis sobre uma daquelas figurinhas irritantes que têm o (incompreensível) luxo de lhes serem dadas o estatuto de opinion makers nas páginas dos jornais desportivos portugueses. Neste caso, n’A BOLA. Neste caso, o senhor Daniel Reis.

Segundo consta, o senhor até é boa pessoa. Mas sofre desse terrível mal que é o de pertencer à estirpe de sportinguistas que, por vezes, me fazem ter vergonha de partilhar com eles os sentimentos clubisticos que nos unem. O exemplo máximo dessa situação é o detestável João Braga. Daniel Reis é menos alarve, ok... Mas, ainda assim, enervante q.b, para fazer com que aquela irritante figurinha de chapéu ridículo e cachimbo na boca me provoque alguns ataques de azia nas sextas-feiras em que nos presenteia com as suas aleivosias em forma de crónica.

Curiosamente, o título da crónica semanal desse senhor dá pelo nome de Bolas da bancada. O que se adequa na perfeição ao seu papel na imprensa desportiva, na medida em que ele representa para os leitores o mesmo que, seguramente, representam para os jogadores aqueles adeptos serôdios que atiram bolas da bancada durante os jogos, para interromper um lance ou para ajudar a «queimar tempo»: é desnecessário, descabido, enervante e estúpido.

Nos últimos tempos, então, as suas Bolas da bancada deixaram-se enredar numa complexa e balofa perseguição ao FC Porto e respectivos dirigentes, jogadores, adeptos, estádio, relva e sei lá que mais. Sim, sei lá que mais porque, seguramente, para as próximas semanas estarão reservadas deliciosas crónicas sobre a caspa do Jorge Costa, as borbulhas do Deco, o bigode do Reinaldo Teles ou as «roulotes» de bifanas que circundam o Estádio do Dragão. E adivinho já que tudo será motivo de crítica acintosa, sendo aproveitado o tema das «roulotes» para o discorrer de uma tese que terminará (só pode!) com a conclusão de que as bifanas do Alvalade XXI, essas sim, são magníficas, tenras, deliciosas e verdadeiramente ao gosto do adepto.

Tudo isto espoletado por uma «azeda» troca de opiniões com o senhor Miguel Sousa Tavares – cronista, também ele, d’A BOLA – em que Daniel Reis ficou, claramente, a perder. E por larga margem. Mas ele não desarma... Infelizmente, para nós sportinguistas, ele não desarma. É ver a crónica de hoje. Uma miséria! E o facto é que não há forma de calá-lo. Ou de fazê-lo escrever sobre assuntos minimamente interessantes. É um daqueles casos em que, como dizia o outro, e para bem da nossa higiene mental, mais vale ignorá-lo do que... aturá-lo.