Afinal, todos têm o seu Dias da Cunha...

Fiquei estupefacto quando ontem à noite ouvi as declarações do director de comunicação do Benfica, à TSF, a tentar explicar o que se passara com o Mantorras, na altura ainda detido no aeroporto por problemas com o passaporte.

Conforme se veio a verificar posteriormente, a situação é no mínimo rocambolesca, mas tem a sua génese, única e exclusivamente, na estúpida atitude do jogador, que decidiu rasurar um dos passaportes que tinha para «esconder» o facto de supostamente o documento ter caducado (?!?!?!?!?). Enfim, daquelas coisas cuja explicação é complicada de encontrar...

Mas voltando ao que interessa... Solicitado pela TSF a explicar o que se passara, o sr. director de comunicação do Benfica, claramente com falta de informação fidedigna que lhe permitisse esclarecer o público, não se coibiu de mandar para o ar algumas patacoadas dignas de Dias da Cunha ao seu melhor estilo.

«Um comportamento muito estranho do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras», defendia o senhor, porque os agentes actuaram «com excesso de zelo». Não bastasse o impacto da primeira martelada na inteligência dos ouvintes, ainda se arrogou o dito director no direito de concluir o raciocínio com algo do género: «É estranho que isto aconteça depois de o Benfica vir de um estágio vitorioso. Parece que começamos a incomodar alguém...».

Mas digam-me uma coisa... até quando é que temos de aturar estas merdas?! Para quando a exigência de níveis mínimos de capacidade intelectual para exercer funções no dirigismo desportivo e afins?! Valha-me ao menos o consolo de pensar que já não temos (os sportinguistas) o exclusivo do sofrimento por termos o presidente que temos a defender as asneiras que defende.

Aqui vão os meus prognósticos para a época que se avizinha: *

Superliga: ao contrário dos últimos anos, Sporting e Benfica vão lutar pelo título até final. O troféu fica em Lisboa e decide-se na 33.ª jornada, na Luz. O Sporting é campeão. Tinga marca o golo do título.

Taça de Portugal: FC Porto e Boavista disputam a final. Ganha o Boavista. 1-0. Golo de Fary com assistência de João Pinto.

Supertaça: FC Porto ganha a final ao Benfica. 2-0. Golos de Carlos Alberto e Derlei.

Liga dos Campeões: Benfica consegue passar a pré-eliminatória mas não passa da fase de grupos. FC Porto é eliminado nos quartos-de-final por uma equipa inglesa. Que não é o Chelsea.

Taça UEFA: Sporting não passa da 2.ª eliminatória. Marítimo é a equipa tuga que vai mais longe. Oitavos-de-final.

Despromovidos à Liga de Honra: Beira Mar, Estoril e Moreirense. Mais o V. Setúbal se se confirmar a descida de 4 equipas.

Qualificação para a Liga dos Campeões: Sporting, Benfica e FC Porto.

Qualificação para a Taça UEFA: Boavista, Sp. Braga e Marítimo.

* um delírio concretizado com a preciosa ajuda da astróloga Maya.

«Assumimos a candidatura do Benfica a vencer todos os jogos e, obviamente, conquistar o título de campeão nacional», afirmou esta tarde Luís Filipe Vieira, em conferência de imprensa marcada pelo «outra pergunta»...

E será a «velha raposa» Giovanni Trapattoni a comandar as tropas encarnadas neste assalto ao título! Dono de um invejável currículo – é certo que não ganha nada desde 1997 -, «Trap» parece-me mais uma resposta de luva branca ao FC Porto campeão europeu, que contratou um treinador italiano de segunda linha e bem mais caro!

Vamos ver o que isto dá...mas, de certeza absoluta, que o FC Porto-Benfica e vice-versa serão jogos horrendos. Será que eles o vão chegar a jogar?

Terminado o Euro do nosso (des)contentamento, importa traçar breve balanço da prova no que diz respeito a jogadores e selecções.

No plano individual, e para além dos «consagrados», gostei de Gravesen (Dinamarca), Verpakovskis (Letónia), Rubbins (Letónia), Seitaridis (Grécia), Edman (Suécia) e Heinz (República Checa).

Confirmações são mais que muitas: só na selecção portuguesa Ricardo Carvalho, Miguel, Maniche e Cristiano Ronaldo; Tomasson (Dinamarca), Dellas (Grécia), Zagorakis (Grécia), Ashley Cole (Inglaterra), Lampard (Inglaterra), Gerrard (Inglaterra), Wayne Rooney (Inglaterra), Milan Baros (Rep. Checa), Robben (Holanda), Ibrahimovic (Suécia) e Kallstrom (Suécia).

A equipa ideal passaria por algo assim: Buffon (Itália); Seitaridis (Grécia), Dellas (Grécia), Ricardo Carvalho (Portugal) e Ashley Cole (Inglaterra); Zagorakis (Grécia), Maniche (Portugal) e Lampard (Inglaterra); Figo (Portugal), Milan Baros (República Checa) e Wayne Rooney (Inglaterra).

No que diz respeito a desilusões, Pauleta (Portugal), Beckham (Inglaterra), Tsartas (Grécia), Raul (Espanha), as selecções italiana, alemã, francesa e holandesa (estes, mesmo chegando às meias-finais, o que demonstraram?)

Eis, então, o «onze» das desilusões: Khan (Alemanha); Paulo Ferreira (Portugal), Desailly (França), Tudor (Croácia) e Van Bronckhorst (Holanda); Beckham (Inglaterra), Hamann (Alemanha), Totti (Itália) e Robert Pires (França); Trezeguet (França) e Raul (Espanha).

No plano táctico, o grande vencedor é mesmo Otto Rehhagel, por mais que não se goste do estilo. Palavra honrosa para Karel Bruckner (a idade ainda é um posto) e para a dupla sueca Lagerback/Soderberg. Scolari???? Fica o bom desempenho no Portugal-Inglaterra e a forma como falou ao coração dos portugueses (mas nisso os brasileiros são peritos)...