quarta-feira, maio 26, 2004

Parabéns FC PORTO!

Tão justa como trabalhosa a vitória esta noite em Gelsenkirchen! Sem margem para dúvidas...Ah! E adeus Mourinho! Obrigado e até ao teu regresso...

quarta-feira, maio 19, 2004

Hasta y muchas gracias, Camacho!

Sinceramente não acredito no noticiado interesse do Real Madrid em Camacho. Penso até que tudo não passa de uma novela encenada para escapar à falta de vontade dos dirigentes «encarnados» em renovar com o espanhol, até porque todos sabemos que Camacho e José Veiga não morrem de amores um pelo outro...E basta atendermos às declarações do técnico sobre a preparação da nova época. Então o ex-empresário FIFA será o patrão do futebol e Camacho vem dizer que está tudo preparado com Simões e Shéu?!?!

Quanto aos efeitos desta mais que provável saída, não há dúvidas que seria positivo para o Benfica a continuidade de Camacho, mas também penso que não será um passo atrás caso se confirme a sua saída, isto se a política delineada desde há dois anos a esta parte se mantiver. Ou seja, é essencial manter a «espinha-dorsal» da equipa e reforça-la cirurgicamente. Tudo isto sem levantar grandes ondas, com euforias desmedidas e com os pés bem assentes na terra. E não falo necessariamente no plantel, mas sim (e principalmente) a nível da Direcção (Administração). A feira de vaidades, por exemplo, à qual tanto LFV abriu guerra, não pode ter agora como protagonistas José Veiga ou António Carraça.

Bem, mas voltando ao treinador. A saída de Camacho é praticamente uma realidade. E, dizem-me, até nem é por sua vontade, pois Camacho preferia ficar para tentar realmente alcançar outros patamares, ou seja, caso na próxima época ganhasse o título, por exemplo, teria então as portas abertas em qualquer clube. Mas como tal não deverá acontecer, só resta dizer «hasta y muchas gracias Camacho»!

E o seu substituto? Bem Luis Fernandez, o tal que destroçou o PSG, o Athletic Bilbau e nada de extraordinário fez no Espanhol, é o preferido de José Veiga...Só espero que tudo corra bem!

terça-feira, maio 18, 2004

Scolari politicamente correcto

Maniche é a grande surpresa da convocatória divulgada esta tarde por Scolari para o Euro-2004. Sem contar com Vítor Baía, o brasileiro mostra-se «politicamente correcto» e volta a chamar aquele que ele próprio tinha riscado, logo após o vergonhoso jogo frente à Espanha. Razões? Nunca foram divulgadas oficialmente, ainda que há quem diga à boca cheia que houve «zaragata» no balneário no intervalo desse jogo realizado em Guimarães.
Mas, e ainda que não me agradem as suas qualidades, a chamada de Maniche é mais que justa, pois penso que será importante para Scolari poder contar com a espinha-dorsal do grande FC Porto de Mourinho. Agora é preciso que joguem o mesmo que quando actuam de «azul e branco», ou seja, com garra e ambição.

De resto, aos seis jogadores do FC Porto juntam-se outros seis do Benfica, três do Sporting, sete «estrangeiros» e Quim (Sp. Braga). A contestar, e deixando Vítor Baía, devo dizer que não convocava Fernando Couto. Tenho muitas dúvidas sobre Tiago, devido aos problemas (físicos) do rapaz, e sobre Hélder Postiga...bem, talvez o trocasse pelo Boa Morte, que boa figura fez esta época a jogar à frente no Fulham!

Agora, não há nada que saber: Ricardo; Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Nuno Valente; Costinha e Petit; Luís Figo, Rui Costa e Simão; Pauleta.

segunda-feira, maio 10, 2004

OS JORNAIS NO WC, O MISTÉRIO BRUNO PAIXÃO E A PROPOSTA DE SITE

Preâmbulo: não querendo alongar-me em pormenores sobre a matéria que faz parte deste preâmbulo, tenho de confessar-vos que sou um daqueles gajos que não prescinde da companhia do jornal/revista quando tem de ir à casa de banho. Chega a ser-me indiferente qual a publicação que me acompanha, embora não esconda a preferência de leituras mais fúteis para acompanhar o acto: no trabalho, não dispenso uma espreitadela ao 24 Horas; em casa dos meus pais são as Caras e afins; em minha casa, regra geral, recorro a jornais já lidos e relidos (BOLA e PUBLICO, sobretudo) que durante aquele pequeno espaço temporal vivido no WC me proporcionam a leitura de textinhos mais pequenos e aparentemente desinteressantes que, na maioria das vezes, nos passam ao lado.

Pronto... feito o preâmbulo, já posso passar ao que me fez aqui vir «postar» um textinho. Na minha mais recente visita ao WC, dei por mim a ler ‘na diagonal’ as crónicas da Liga de Honra da edição de hoje d’A BOLA. E eis senão quando os meus olhos se detêm na crónica do jogo União-Desp.Chaves, partida aparentemente medonha, com arbitragem a condizer do sublime, mágico, titânico, Bruno Paixão. E reparem bem como até numa crónica de quatro curtos parágrafos, o «escriba» de serviço se viu na contingência de preencher dois deles com a apreciação ao desempenho do referido árbitro.

Atentem bem na prosa: «(...) Os jogadores mereciam melhor prémio mas Bruno Paixão resolveu estragar a festa. Primeiro ao invalidar um golo ao União por pretenso fora-de-jogo de Cícero e depois ao não assinalar duas grandes penalidades a favor dos flavienses, já na segunda parte. Quando nada o fazia prever, o árbitro acabou por ser o protagonista do encontro. Para além dos lances já descritos, Bruno Paixão cometeu mais uma série de erros só que sem influência directa no resultado. Fica, no entanto, o reparo ao mau trabalho de Bruno Paixão e dos auxiliares».

Apetece dizer «palavras para quê?» Mas as palavras são necessárias para reforçar a minha convicção de que estaremos, provavelmente, a ter o privilégio de assistir a uma das carreiras mais horríveis do sector da arbitragem mundial dos últimos anos. E, recorde-se, estamos a falar de um árbitro INTERNACIONAL, dos tais que ostentam as insígnias da FIFA.

Estava eu sentadinho no WC a pensar em tudo isto quando me ocorreu que seria engraçado criar um site dedicado ao homem e às suas (inúmeras) façanhas. Só com o historial de erros que acumulou e com a tentativa de desvendar o mistério da sua ascensão no panorama do apito internacional, teríamos pano para mangas. Aceitam a proposta? É capaz de dar um exercício engraçado...

sexta-feira, maio 07, 2004

Os boatos II

Por falar em «compra-empréstimo» pode-se também garantir que o FC Porto está mesmo muito perto de garantir os direitos desportivos sobre o brasileiro Júlio César, que esta época actuou no Estrela da Amadora. Porém, o jogador não vai directamente para o Dragão. O entreposto-Leiria voltará a funcionar...
Os boatos I

Chamo a atenção para curiosa trilogia que se vem falando nos bastidores do futebol português: Jardel-Estoril-Benfica. O brasileiro, antes conhecido por Supermário, ficará no Brasil (Palmeiras ou clínica de desintoxicação?) até Agosto, altura em que rumará ao Estoril sob patrocínio do ...Benfica. A ligação ao clube da Luz fica, assim, garantida, para, caso as coisas corram da melhor forma, Jardel possa ingressar nos «encarnados» em Dezembro. Será?

quinta-feira, maio 06, 2004

A dança dos treinadores e os treinadores que não dançam

A época nem sequer acabou, mas o tradicional campeonato do defeso já está ao rubro, com aquisições, transferências, entradas e saídas para todos os gostos, alimentadas por jornais que teimam em citar «fontes próximas aos processos» para excitar o imaginário dos adeptos, sempre cheios de fé, precipitando-se de forma cega na antecipação do futuro próximo que, claro, à luz das respectivas cores clubísticas, só pode ser risonho.

A época, reforço, ainda nem sequer acabou, mas parece convicção unânime entre portistas e benfiquistas, que a temporada que se avizinha trará novos rostos nos respectivos comandos técnicos.

Mourinho, obviamente, sai. Obviamente digo eu, sublinhe-se, sem qualquer «fonte próxima ao processo» que me garanta como infalível este ‘bitaite’. Mas sai (digo eu), porque é esse o rumo natural de uma carreira condenada ao sucesso e que já não encontra margem de manobra para a devida expansão nesta Superligazinha à beira mar plantada. Sai pela porta grande. Enorme, aliás. Inglaterra, Espanha, Itália, Chelsea, Real Madrid, Juventus, tanto faz, pouco importa. O que realmente importa é que sai, para um clube de maior projecção, com outros objectivos e condições financeiras. Mas onde, porventura, não encontrará a conjugação de meios que lhe permita repetir as recentes façanhas portistas. Digo eu. Mas sai. E ainda bem. Para ele, claro, e para mim, na perspectiva do meu clube. No bolso leva, para já, dois campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e uma Taça UEFA. Pode juntar-lhes, eventualmente, uma Liga dos Campeões e mais uma Taça de Portugal. Já chega! É por isso que sai.

Camacho também sai. Aqui o ‘obviamente’ cai. Mas também aposto que sai. Pela porta grande, só pode. No coração dos adeptos, pelo que vejo. Mas sai. Seja pelo Veiga ou pelo Real Madrid. Seja por outro dirigente/clube qualquer. Seja porque a instituição (hum, hum) é grande, enorme, mas não consegue continuar a manter Camacho. Porque a instituição é grande (hum, hum), maior do que as pessoas que a servem. Mas mesmo sendo grande (maior do que as pessoas que a servem), precisa de determinadas figuras nos lugares certos para continuar a ser grande. Camacho é «o homem do presidente». Mas o presidente não é a instituição (hum, hum). Veiga também não. Mas parece ter peso. Para além disso, o eventual apelo de vários clubes espanhóis (Real Madrid à cabeça, claro!) pode assumir um papel preponderante na decisão do treinador. Que, para além de não ‘simpatizar’ com Veiga, poderá não estar na disposição de reviver o folhetim da época passada, em que para garantir a sua continuidade, lhe foi oferecida uma mão cheia de intenções e outra mão cheia de... nada. Ainda assim, o homem fez o que pode. E não foi pouco. Montou uma estrutura base no plantel (coisa rara na última década), conseguiu juntar um lote de 13/14 jogadores competitivos e criar uma equipa que - a espaços - funciona. Arrancou dois 2.º lugares na Superliga, chegou aos quartos-de-final da Taça UEFA e ainda tem a possibilidade de ganhar a Taça de Portugal. Se calhar ganha. E se calhar, por isso mesmo, sai. Pela porta grande. Mas sai, sobretudo, porque para trás deixa um projecto que, a seu ver, não terá grande margem de progressão. Pelo menos com o rumo que ele gostaria de incutir a essa margem de progressão. É por isso que sai.

Resta o Sporting. Resta Fernando Santos. Que não sai. Obviamente, também. Aqui nem é necessário recorrer a palpites. Não sai porque não é política da SAD. Uma boa política, dizem uns. Teoricamente, digo eu. Porque já provou não ter sido boa política, por exemplo, no segundo ano da «era» Bölöni, em que a recusa do romeno em sair pelo seu próprio pé redundou no final de época mais cretino de que há memória (recente) para os lados de Alvalade. Os contratos são para se cumprir, diz-se. Ok. A insistência de Pinto da Costa em manter Fernando Santos no FCP nos últimos dois anos de contrato também deu no que deu...

Calculo que seja uma chatice para os gestores pensar no papel do adepto, que tem esta estranha tendência de acreditar que as épocas servem para somar troféus. Mas Fernando Santos não sai. Até posso aceitar que a sua continuidade seja a opção mais correcta. Fernando Santos não pode, de facto, arcar sozinho com as responsabilidades da gestão financeira da SAD. Não nos podemos esquecer que perdeu Quaresma e Ronaldo já na pré-época. É chato.

Mas também é chato ver chegar Ricardo, Polga, Rochemback, Silva, Liedson e Tinga e nem sequer conseguir o 2.º lugar. É que deduzo, pelo menos, que essas contratações tenham merecido o aval do treinador. Que também já disse querer continuar com Barbosa e João Pinto. João Pinto, aparentemente, não fica. A relação qualidade/preço já não o justifica. Falta agora saber se o «projecto» justifica a concretização dos outros desejos já expressos pelo técnico, nomeadamente o de contar com «dois ou três bons reforços» para a próxima época. Fica no ar a dúvida quanto à definição do conceito «bons reforços». O adepto só pode pensar que o mesmo significa «titularidade de caras».

Fernando Santos não ganhou nada. Superliga, Taça de Portugal, Taça UEFA, qualificação para a Liga dos Campeões... zero! Mas fica. Com os seus discursos monocórdicos. Com a eterna sensação de não saber motivar o plantel. Com a latente falta de arrojo nas opções tácticas. Com aquele enfadonho ar de não ser homem para partir um prato. Mas porra!, que às vezes sinto falta de alguém que parta a loiça toda. Dizem que é o homem certo para o «projecto». Não digo que não seja. Mas se calhar, então, o problema é do projecto.

Mas pode ser que Fernando Santos mude. Pode ser que sim, que ele mude, que as condições mudem, que os reforços cheguem, que a táctica funcione, que o Ricardo comece a defender, que o Silva comece a marcar, que o Niculae deixe de se lesionar, que o Polga continue a evoluir, que o Rochemback se deixe estar, que cheguem os tão desejados extremos, que a equipa deixe de ter paragens cerebrais, que o Dias da Cunha perceba que tem de se calar... e que os adeptos tenham finalmente motivos para se entusiasmarem.

Se calhar tudo isso vai acontecer. Se calhar é por isso que Fernando Santos não sai. Veremos.

quarta-feira, maio 05, 2004

O percurso

Sem querer retirar mérito ao feito alcançado pelo FC Porto nas competições europeias (já inclusivamente deixei aqui os merecidos parabéns), não deixo de constatar que na SuperLiga as coisas foram bem diferentes. O facto de estar em alta na Europa não implica obrigatoriamente que o FC Porto seja a melhor equipa a nível interno, até porque, na maior parte das vezes, quem faz carreira nas competições europeias não ganha o título no seu campeonato.

Assim, e com preciosa ajuda externa, lembro o percurso que valeu o bicampeonato aos «dragões»:
Sp. Braga (1.ª jornada) - Fora de jogo mal assinalado a Castanheira, depois de passar por Baía, era golo do empate (1-1). Terminou com a vitória do FC Porto 2-0.

U. Leiria (4.ª jornada) - Expulsão de Edson, numa possível penalidade a favor do Leiria, quando o resultado era 1-1. O FC Porto acabou por vencer 1-3.

Benfica (5.ª jornada) - Três expulsões perdoadas a jogadores do Porto (R.Carvalho-Costinha-Maniche). Ricardo Carvalho derruba Simão quando este se isolava para a baliza (26m); Costinha atinge Simão por trás em manifesta situação de colocar em perigo a integridade física do jogador (48m); Maniche pisa Petit propositadamente (74m).

V. Guimarães (6.ª jornada) - Golo mal anulado aos vimaranenses (João Tomás) , quando o resultado era de 1-1. Terminou com a vitória do FC Porto (1-2).

Boavista (9.ª jornada) - Golo mal anulado ao Boavista quando o resultado estava ainda em branco. O golo do Porto acabou por ser precedido de falta sobre Filipe Anunciação. Deco e Nuno Valente, deveriam ser expulsos por entradas violentas, sobre Duda e Fary. O FC Porto venceu por 1-0.

Moreirense (11.ª jornada) - Penalti por marcar contra o FC Porto aos 90m de jogo. O jogo termina com empate (1-1).

Marítimo (13.ª jornada) - Penalti inventado que valeu a igualdade ao FC Porto. O resultado era 1-0 e terminou 2-2.

Alverca (15.ª jornada) - Penalti por marcar contra o FC Porto com o resultado em 1-2. O segundo golo portista nasce de uma falta que não foi assinalada. Expulsão de um jogador do Alverca por simular um penalti, mas Deco caíu constantemente e nem um amarelo.

Rio Ave (16.ª jornada) - Penalti não existente aos 90m de jogo dá vitória ao FC Porto depois de dois foras de jogo mal assinalados, quando os jogadores do Rio Ave caminhavam isolados para a baliza.

Sporting (20.ª jornada) - No primeiro penalti, Baía devia ter sido expulso, assim como Deco (c/ dois amarelos) e Paulo Ferreira na segunda grande penalidade a favor do Sporting.

Académica (24.ª jornada) - Duas expulsões (Pedro Emanuel e Nuno Valente) perdoadas por entradas violentas, quando o resultado era 0-0. O FC Porto venceu por 1-0.

Belenenses (25.ª jornada) – Os dois primeiros golos foram ilegais e houve três foras de jogo mal assinalados ao Belenenses. Resultado: O FC Porto venceu por 4-1.

Nacional (27.ª jornada) – O FC Porto consegue adiar o jogo para evitar a «furia» do Nacional, que tinha acabado de travar em casa Sporting e Benfica. Não satisfeitos, Maniche protagoniza aquela que terá sido a entrada mais violenta de toda a SuperLiga.

Moreirense (28.ª jornada) – Aos 89 minutos, golo do FC Porto precedido de falta inventada (deveria, aliás, ter sido assinalada ao contrário).

Gil Vicente (29.ª jornada) - Aos 15m, Baía defende a bola com as mãos fora da area e o arbitro não assinala falta nem mostra cartão vermelho. Deco tem duas entradas violentas para vermelho e nem amarelo viu. Yuri caminhava isolado para a baliza e, como de costume, é assinalado fora de jogo. De qualquer forma, o FC Porto perdeu por 2-0.

À 32.ª jornada, o título já está totalmente garantido e os árbitros já podem trabalhar. Resultado: dois jogos=duas expulsões (Carlos Alberto e Ricardo Fernandes).

P.S. – Não deixo, no entanto, de considerar que o FC Porto ganhou este título mais por demérito dos seus mais directos adversários (Sporting e Benfica), mas de qualquer forma....
Parabéns!

Que mais poderá escrever-se sobre este FC Porto europeu? Parabéns! E mais o merece Derlei, que depois de tantos meses no estaleiro volta para marcar tão importante golo! Grande! Agora, parafraseando o famoso «cherne», tragam a Taça para Portugal!

P.S. A clubite é tramada, ainda que considere que não sofro desse diagnóstico agudo! Ainda assim, não consigo ir mais além...Mas também não posso limitar-me a escrever Sem palavras.

terça-feira, maio 04, 2004

Força Porto

Penso que o FC Porto vai precisar de sorte para passar o «Depor». É certo que estes dragões já mostraram lá fora do que são capaz e que não vejo estes espanhóis assim tão fortes, mas mesmo assim vai ser difícil. Ainda assim, força FC Porto!
No «Livre Directo» publicado na Doze desta semana, Rui Santos toca numa das feridas do futebol português, que aliás já tinha sido motivo de conversa entre amigos aqui da Bancada. «Há, hoje, enviados especiais que, depois de receberem o seu nome inscrito nas camisolas da selecção e de se pegarem como pastilha elástica àqueles que pretendem entrevistar (e entrevistam), vêm mais tarde (em artigos de opinião!!!) sublinhar as proezas daqueles que procuram os fretes. Tudo isto é feito com um à-vontade extraordinário, em nome do ‘amiguismo’. Sem um pingo de ética, sem um pingo de vergonha. Hoje, consegue-se uma entrevista; amanhã, agradece-se com um artigo de opinião laudatório. Hoje, trabalha-se num organismo de utilidade pública; amanhã, opina-se sobre o ex-patrão, com patrocínio deste, com o fito de ter a notícia em antecipação. Tráfico de influências? Não! Apenas falta de formação.»

Assim, talvez, se compreenda o facto de praticamente não existir jornalismo de investigação no futebol português. Sim. Como é possível Rui Jorge acusar positivo num controlo anti-doping e ter de ser o próprio clube a tornar público esse facto praticamente dois meses depois? Como é possível a operação Apito Dourado ter sido desencadeada há mais de um ano sem que os três diários desportivos nada terem escrito sobre o assunto, ainda para mais quando se sabia perfeitamente como Gondomar andava a ganhar jogos? Como é possível esperar-se por um jornal semanário para se saber que Zahovic tinha sido apanhado com álcool no sangue e sem carta? E tantas outras questões que ficam sem resposta, enquanto as chefias colocam novos «valores» atrás de notícias - para, em muitos casos, serem queimados à posteriori - , enquanto velhos «monstros» são postos na prateleira.

segunda-feira, maio 03, 2004

E AGORA SPORTING?...

A pergunta impõe-se: e agora Sporting? Por muito «injusto» que possa ter parecido ao engenheiro, o facto é que - apesar de ter jogado melhor no «derby» de ontem, e de ter sido, em termos gerais, mais equipa que o Benfica ao longo da Superliga - o clube de Alvalade viu ontem confirmado o afastamento da Liga dos Campeões, depois do anunciado «adeus» ao título.

Ficou, assim, coroada de forma exemplar mais uma época paupérrima para os lados de Alvalade. Para sermos justos na avaliação desta temporada, temos de aceitar que em termos estatísticos houve, de facto, um progresso entre a segunda época de Bölöni e a primeira de Fernando Santos. Pior também era difícil, convenhamos... Mas, estatísticas à parte, se nos cingirmos ao que verdadeiramente interessa, já lá vão dois anos de deserto total.

Para além disso, à falta de vitórias e dos respectivos troféus, juntou-se a perda de jogadores que foram, momentaneamente ou não, símbolos do Sporting e peças fundamentais na construção do(s) último(s) título(s) e da criação de algum clima de euforia entre adeptos: Hugo Viana, Jardel, Quaresma, Cristiano Ronaldo... Pelo caminho ficaram, também, episódios quase anedóticos, como as eliminações da Taça de Portugal e da Taça UEFA às mãos de adversários aos quais os leões tinham «obrigação» de ganhar (Genclebirligi, Vit. setúbal, Naval 1.º Maio ou Partizan).

A ocasião é, agora, propícia a uma reflexão profunda, pois aparenta o Sporting ter chegado a altura de grandes decisões, na definição de uma estratégia que passará forçosamente por uma de duas opções: ou se aposta na continuidade de um projecto que se quer sem grandes sobressaltos (financeiros) ou se arranja a coragem de engendrar um balão de oxigénio que potencie a ascensão do clube a outros patamares.

Do ponto de vista do adepto, a escolha é óbvia: há que apostar no reforço da equipa, pois os clubes (como ontem recordava um amigo meu, citando o Johan Cruyff) existem para ganhar jogos e competições. Que eu saiba, os adeptos não costumam juntar-se para ir comemorar à porta da CMVM a subida ou descida das acções.

Tudo bem que há limites orçamentais a respeitar. E também ninguém nega o mérito do esforço que tem sido feito pelos gestores da SAD leonina para tornar o clube viável. Mas há alturas em que custa ao adepto continuar a aceitar determinados factos. E esta é uma dessas alturas. Porque custa (acreditem), aceitar antecipadamente a hipoteca de quaisquer candidaturas ao que quer que seja, em detrimento de uma política que dificilmente reconduzirá o clube ao trilho do sucesso.

Senão vejamos algumas das ilações que somos obrigados a fazer, ao traçar uma curta análise ao plantel do Sporting: Paulo Bento e Rui Bento acabam a carreira; jogadores como Luís Filipe, Clayton ou Toñito não podem continuar a ser «não opções» e, ao mesmo tempo, limitar-se a fazer número no plantel; a crença no regresso do «D. Sebastião» Sá Pinto está condenada ao ridículo; Silva, está mais que visto, foi uma opção fracassada; a margem de manobra de Quiroga esgotou-se...

Junte-se-lhes as incógnitas em torno do que sucederá com João Pinto – e na eventualidade de continuar, a dúvida sobre qual será o seu rendimento – e do que será a evolução de nomes como Mário Sérgio, Paíto ou Carlos Martins e temos quase meio plantel em forma de grande ponto de interrogação.

Por isso repito: e agora Sporting? Feito o exercício que expus nos parágrafos anteriores, confesso que ontem me arrepiou ouvir o Dias da Cunha dizer – após a derrota com o Benfica – que não estava totalmente infeliz porque sentia que, apesar da derrota, tinha «ganho uma equipa»...

Essa frase fez-me antever um futuro próximo quase igual ao passado recente. Pelos vistos, vamos ter de enfrentar a realidade: temos Danny para regressar, Paulo Sérgio para apostar, Raul Meireles para negociar... e pouco mais. Pelas minhas contas, não chega para quebrar a hegemonia do FCP ou para fazer face aos progressos do Benfica. Porque o plantel é desequilibrado. Porque a estrutura base da equipa que venceu os últimos troféus foi vendida/envelheceu. Porque apesar de ter um plantel de 28 jogadores, ficou mais do que comprovado que Fernando Santos só conta com 14/15 deles. Assim sendo, aguardo com particular interesse as cenas dos próximos capítulos.

(E como estamos em altura de balanços, brevemente deixarei aqui «postadas» as minhas considerações sobre o trabalho entretanto desempenhado pelo Fernando Santos)

sábado, maio 01, 2004

«Derby»

Derby é sempre derby, mesmo que «apenas» esteja em jogo o segundo lugar e consequente presença na pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Domingo, 19.15 horas, Estádio Alvalade XXI

Sporting - Ricardo; Miguel Garcia, Polga, Beto e Rui Jorge; Tinga, Paulo Bento, João Pinto e Pedro Barbosa; Liedson e Silva.

Benfica - Moreira; Armando, Luisão, Ricardo Rocha e Fyssas; Miguel, Petit, Tiago e Simão; Nuno Gomes e Sokota.